quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Enxoval minimalista de cama e banho

As pessoas, em regra, têm enxovais maiores do que precisam. Lá em casa não foi diferente. Recém casados, havíamos ganhado muitas peças de presente, além das que já tínhamos antes. Edredons, lençóis e toalhas preenchiam quatro maleiros grandes do armário.

Fazer a cama tinha um protocolo complexo: saia para o box, lençol de elástico, lençol, cobre-leito, dois travesseiros grandes com fronhas lisas, dois médios com fronhas estampadas e dois rolinhos.

O excesso de roupas de cama e banho foi uma das primeiras coisas que purguei. Primeiro, os edredons. Eram lindos e de qualidade, mas não os usávamos. E aqui esclareço o leitor. Não tenho dificuldade de me desfazer de coisas bonitas e em bom estado. Meu critério é a utilidade.

Depois, os lençóis. Amassavam e eram muito finos. Optamos por três conjuntos de lençol de elástico e cobre-leito, que protegem o colchão e aquecem o suficiente. Travesseiros, bastavam dois. No quarto da Cecília, ficaram dois conjuntos e um travesseiro.

A roupa de banho também passou pelo crivo. Ficaram dois jogos (banho e rosto) para nós e quatro para Cecília, que leva toalhas para a escola e para a casa dos avós.

Tenho esse "enxoval-cápsula" há dois anos e estou muito satisfeita. A cama é feita em menos de dois minutos. A rotina de lavanderia ficou mais simples, pois todas as peças são de cor clara. O armário ficou com três maleiros desocupados. Até agora não precisei substituir nada, graças à boa qualidade das coisas.

As famílias que receberam os 3 edredons, 5 jogos de lençol, 6 fronhas avulsas, 6 capas de rolinhos, 2 rolinhos, 2 travesseiros, 2 saias de box e 8 toalhas ficaram gratas pela doação. Mas feliz mesmo fiquei eu.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Organizar ou destralhar?

Em 2013, quando iniciei os esforços para tornar minha vida mais simples, não era exatamente o minimalismo que eu buscava; era organização. A bagunça às vezes chegava num ponto em que eu precisava abrir espaço na cama para dormir. Achar uma apólice de seguro ou documento era um desafio. Quando Cecília nasceu, eu não conseguia encontrar nossa certidão de casamento para registrá-la.

Dito isso, minhas ambições eram simples. Queria a casa arrumada, contas pagas em dia, documentos  devidamente arquivados, geladeira com alimentos dentro da validade, a cama feita, esse tipo de coisa.

Aproveitei a licença maternidade e, no intervalo entre uma mamada e outra, dobrava, arrumava, mudava de lugar. Comprei algumas caixas e organizadores. Viajava na internet com fotos de closets lindíssimos, com compartimentos para guardar centenas de roupas, sapatos e bolsas. Dar lugar às coisas era mais fácil que pôr a cabeça no lugar.

Acontece que arrumar a casa é como o trabalho de Sísifo: não acaba nunca. O verdadeiro alívio só começou quando passei a me desfazer da tralha. Foi aí que o minimalismo me pegou. Em se tratando de coisas supérfluas, muito melhor que organizar é não ter de fazê-lo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Apartamento minimalista #1 - Sala de estar

Mudamos para o atual apartamento um dia antes de eu dar à luz. (Pausa para o leitor processar essa informação). A primeira noite que passamos lá foi também a primeira com nossa Cecília, depois da saída do hospital. Antes disso, morávamos com minha sogra. Tive de aprender a ser mãe e a administrar uma casa ao mesmo tempo. Já tínhamos o básico (eletrodomésticos, utensílios de cozinha e enxoval de cama e banho), mas era preciso terminar de mobiliar a casa.

A sala de estar (não me peçam para chamá-la de "living") passou meses sem sofá, tapete e rack. Improvisávamos com a poltrona de amamentação, algumas cadeiras dobráveis e uma mesa de plástico para apoiar a televisão. Nessa época, eu sonhava com sofás imensos, tapetes felpudos e um rack assinado por alguma loja de móveis planejados. Visitava mais sites de decoração que de minimalismo. Mas minha conta bancária era incompatível com esses planos, e eu nem sempre conseguia conciliar o trabalho de decoradora com o de lactante em livre demanda.

Uma parte de mim, contudo, só queria que aquilo acabasse. Como seria bom gastar dinheiro em viagens ao invés de "investir" naquele papel de parede super descolado. Era uma escolha simples, mas eu insistia em complicar. Que mesinha de centro combinaria melhor com a cor das paredes? Vale a pena pagar o valor de um salário mensal naquele lustre? O que fazer se a velha tv não combinar com o rack que comprarmos? Onde eu encontro um tapete que combine com nosso estilo?

O minimalismo respondeu a todas essas perguntas. Compramos um sofá confortável e encomendamos  um rack pela internet. Dispensamos tapetes e mesinhas laterais e de centro. O lustre adquirimos numa feira de artesanato. Colocamos alguns quadros na parede. E assim mobiliamos a sala. Não que tenha sido rápido. Demorou dois anos!

Gastamos muito menos do que havíamos imaginado. O dinheiro que sobrou foi muito bem "investido". Naqueles anos, levamos Cecília para conhecer o Rio de Janeiro, Nova York e Roma. Mas bom mesmo foi ter deixado de passar horas tentando descobrir qual luminária expressa melhor minha personalidade.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Minimalizando #1 Cartões de crédito

Para a Geração Y, ter cartão de crédito é um dos sinais de que se entrou para a vida adulta. Comemorei muito meu primeiro Credicard Universitário. Mais tarde, a publicidade me fez passei a acreditar que o ideal era ter um de cada bandeira - Visa e Mastercard. Em seguida, fui seduzida pelos cartões "turismo" (um de cada bandeira). Para finalizar, não resisti ao glamour do American Express. Resultado: havia cinco (eu disse CINCO) cartões de crédito na minha carteira, e eu não tinha nem trinta anos!

Nunca fui de controlar meus gastos na ponta do lápis, mas senti que havia algo errado em pagar mil reais por ano em anuidades. Além disso, me incomodava ter de arquivar as cinco faturas mensais, que chegavam a passar meses empilhadas aleatoriamente na mesa do escritório. A preocupação de não esquecer o pagamento também não era nada agradável (juros de cartão podem ser seu pior pesadelo).

A solução foi cortar o mal pela raiz, ou melhor, pelo telemarketing. Fiz as quatro ligações mais longas da minha vida e cancelei quatro cartões, inclusive o Amex. Há mais de dois anos vivo com apenas um cartão de crédito.


Tem sido ótimo! Viajei várias vezes e o fato de ter apenas uma bandeira (optei pelo visa) nunca me atrapalhou, nem no exterior. Gasto menos tempo para conferir e pagar contas, e menos dinheiro com tarifas e anuidades. Acompanho melhor minhas compras. Não tenho uma desvantagem sequer para relatar. Foi só alegria! 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Por que escrevo

Escrever é um talento que admiro desde sempre. Meus pais eram professores. Nasci na época em que faziam mestrado em Língua Portuguesa. A casa onde cresci é cheia de livros. Meu marido é viciado em literatura e escreve muito bem, obrigado. Mas foi o efeito terapêutico que me levou a querer escrever. Ver as ideias no papel dá o maior barato. Organiza a cabeça. Acalma. O processo de escrever, contudo, é assustador para mim.

Quando eu estudava para ser diplomata (sonho antigo, que abandonei), aprender três línguas estrangeiras era galho fraco em comparação com escrever semanalmente 450 palavras em português. As professoras de redação tornaram-se antipáticas aos meus olhos. Munidas de canetas e olhos vermelhos, acusavam a todos. Impropriedade vocabular, estilo inadequado, erros ortográficos eram algumas das expressões que elas usavam. Desenvolvi uma incapacidade crônica de escrever.


Veio o tempo e com ele a maravilhosa dádiva de ligar o botão do f*. Ter um blog estava na minha lista de coisas a fazer há pelo menos dois anos. Decidi escrever para compartilhar meus sofrimentos e alegrias e a descoberta do minimalismo, para registrar a infância da Cecília, para dar a cara a tapa, para sair de cima do muro. E escrevo para saber que posso, ainda que à custa de clichês e erros gramaticais.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Minimalista em construção

Aos 30 anos de idade, casei, me tornei mãe e tive depressão. Conheci o minimalismo na internet, em uma das muitas noites insones que passei em 2013. Eliminar o supérfluo e focar no essencial teve um efeito avassalador na minha vida. Superei a depressão. Hoje, dois anos depois, considero-me uma minimalista em construção. A vontade de compartilhar a alegria desse estilo de vida foi um dos motivos que me levou a criar esse blog.