Escrever é um talento que admiro desde sempre. Meus pais eram
professores. Nasci na época em que faziam mestrado em Língua Portuguesa. A casa
onde cresci é cheia de livros. Meu marido é viciado em literatura e escreve muito
bem, obrigado. Mas foi o efeito terapêutico que me levou a querer escrever. Ver
as ideias no papel dá o maior barato. Organiza a cabeça. Acalma. O processo de
escrever, contudo, é assustador para mim.
Quando eu estudava para ser diplomata (sonho antigo, que
abandonei), aprender três línguas estrangeiras era galho fraco em comparação
com escrever semanalmente 450 palavras em português. As professoras de redação tornaram-se
antipáticas aos meus olhos. Munidas de canetas e olhos vermelhos, acusavam a
todos. Impropriedade vocabular, estilo inadequado, erros ortográficos eram
algumas das expressões que elas usavam. Desenvolvi uma incapacidade crônica de
escrever.
Veio o tempo e com ele a maravilhosa dádiva de ligar o botão
do f*. Ter um blog estava na minha lista de coisas a fazer há pelo menos dois
anos. Decidi escrever para compartilhar meus sofrimentos e alegrias e a
descoberta do minimalismo, para registrar a infância da Cecília, para dar a
cara a tapa, para sair de cima do muro. E escrevo para saber que posso, ainda
que à custa de clichês e erros gramaticais.
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