terça-feira, 27 de outubro de 2015

Organizar ou destralhar?

Em 2013, quando iniciei os esforços para tornar minha vida mais simples, não era exatamente o minimalismo que eu buscava; era organização. A bagunça às vezes chegava num ponto em que eu precisava abrir espaço na cama para dormir. Achar uma apólice de seguro ou documento era um desafio. Quando Cecília nasceu, eu não conseguia encontrar nossa certidão de casamento para registrá-la.

Dito isso, minhas ambições eram simples. Queria a casa arrumada, contas pagas em dia, documentos  devidamente arquivados, geladeira com alimentos dentro da validade, a cama feita, esse tipo de coisa.

Aproveitei a licença maternidade e, no intervalo entre uma mamada e outra, dobrava, arrumava, mudava de lugar. Comprei algumas caixas e organizadores. Viajava na internet com fotos de closets lindíssimos, com compartimentos para guardar centenas de roupas, sapatos e bolsas. Dar lugar às coisas era mais fácil que pôr a cabeça no lugar.

Acontece que arrumar a casa é como o trabalho de Sísifo: não acaba nunca. O verdadeiro alívio só começou quando passei a me desfazer da tralha. Foi aí que o minimalismo me pegou. Em se tratando de coisas supérfluas, muito melhor que organizar é não ter de fazê-lo.

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