Em 2013, quando iniciei os esforços para tornar minha vida
mais simples, não era exatamente o minimalismo que eu buscava; era organização.
A bagunça às vezes chegava num ponto em que eu precisava abrir espaço na cama
para dormir. Achar uma apólice de seguro ou documento era um desafio. Quando
Cecília nasceu, eu não conseguia encontrar nossa certidão de casamento para
registrá-la.
Dito isso, minhas ambições eram simples. Queria a casa
arrumada, contas pagas em dia, documentos devidamente arquivados, geladeira com
alimentos dentro da validade, a cama feita, esse tipo de coisa.
Aproveitei a licença maternidade e, no intervalo entre uma mamada
e outra, dobrava, arrumava, mudava de lugar. Comprei algumas caixas e
organizadores. Viajava na internet com fotos de closets lindíssimos, com
compartimentos para guardar centenas de roupas, sapatos e bolsas. Dar lugar às
coisas era mais fácil que pôr a cabeça no lugar.
Acontece que arrumar a casa é como o trabalho de Sísifo: não
acaba nunca. O verdadeiro alívio só começou quando passei a me desfazer da
tralha. Foi aí que o minimalismo me pegou. Em se tratando de coisas supérfluas,
muito melhor que organizar é não ter de fazê-lo.
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